domingo, 2 de novembro de 2008

Carta para um ex-amor

Pensei em você hoje, ontem, não sei...
Recuperei uma lembrança vaga de um momento bom,
entre os dias em dos quais apaguei todos os vestígios de sentimento,
de onde só sobrou uma pitada de rancor,
onde a negação sufocou tudo, até se fazer o esquecimento.

Recuperei-a.
Talvez a gente na cozinha,
você me preparando algo,
eu olhando apaixonado,
sem pensar na transitoriedade da vida.

Depois ela se foi, sumiu-se de novo
para, um outro dia, voltar ainda mais fraca,
subnutrida pela falta de estímulo,
pela falta de necessidade ou importância.

Pensei em você, no quanto eu lhe gostava,
no quanto você me gostava,
sem melancolias, sem nostalgias,
apenas com uma incompreensão desse oposto,
do não estar, do não se querer absoluto,
do não coexistir.

Nesse ponto, as lembranças se confundem com um mundo de fantasia,
obscuro e fantasmagórico, onde um vulto negro se apossa de tudo
e some, como num abismo sem fim.

Vai-se o tempo, vão-se as melodias...
E seguimos como se nada tivesse acontecido.



(em águas calmas, construindo novos castelos)

2 comentários:

BrunoHenrique disse...

Vai-se o tempo, vão-se as melodias...
E seguimos como se nada tivesse acontecido.

LINDO

BrunoHenrique disse...

Vai-se o tempo, vão-se as melodias...
E seguimos como se nada tivesse acontecido.

LINDO