segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Abismo

Ontem eu estava diante do velho abismo,
aqui, no último piso...
a cidade inteira iluminada.
A chuva fina, umidecendo meu rosto,
criava uma fina camada de ilusão.

O vento me despenteava os cabelos.
A velha música não se fez ouvir.
Era tudo silêncio.

Balancei-me com a brisa,
quis voar mais uma vez...

O medo de pular me deixou há muito,
em inúmeros os saltos
que dali mesmo outrora dei.


Ainda me sentia livre.
Esperei que a ventania aumentasse,
na esperança de que me puxasse,
poupando-me do esforço de me soltar.

Meus cabelos continuavam a dançar,
a mesma chuva...


Balancei-me mais um pouco.
Dei as costas à cidade.
Caminhei, sem olhar pra trás...

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